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Qual é a diferença entre um Tradutor e um Intérprete?

Tradutor ou Intérprete?

Apesar de muitas das vezes o termo tradutor e intérprete serem usados como sinónimos, existem diferenças entre estas duas profissões. A utilização das duas terminologias sem discriminação, muitas das vezes é uma forma de facilitar a comunicação. Ao escrever um outro artigo sobre “como aproveitar melhor do serviço de intérprete no NHS”, lembrei-me das vezes em que me apresentei como intérprete e depois de repetir várias vezes acabei por dizer que era tradutora e a resposta foi sempre “ok, ok”, em que subentende-se “porque não disseste antes”. Na verdade, acho que todos os intérpretes, mesmo não sendo tradutores, conformam-se em ser incluídos no “pacote” de tradutores – o dia dedicado aos profissionais da área que se celebra no dia 30 de Setembro é conhecido como o Dia Internacional da Tradução.

O que a tradução e a interpretação têm em comum?

A tradução e a interpretação têm o mesmo objectivo, isto é, ambos têm como objectivo a transposição/transmissão de uma mensagem de uma língua (ou idioma) para uma outra, conhecidas como língua de partida e língua de chegada respectivamente no mundo dos tradutores e intérpretes.

Uma outra semelhança é que tanto o tradutor como o intérprete têm de ter conhecimentos das línguas com qual trabalham. Ambos têm de conhecer a terminologia da área na qual trabalham.

Quais são as diferenças?

De um modo geral, a grande diferença entre a tradução e interpretação é que a tradução trabalha com a escrita, isto é, converte o material escrito da língua de partida para a língua de chegada, enquanto a interpretação trabalha com oralidade, converte o discurso oral entre duas línguas diferentes.

Uma outra diferença tem que ver com o tempo. Apesar de existir vários tipos de interpretação, no essencial, a interpretação decorre ao mesmo tempo em que a linguagem original é falada. Quando se trata da interpretação não há edição e revisão e às vezes nem mesmo a oportunidade para correcção. Já o tradutor tem tempo para ler e reler os textos, tanto de partida como de chegada (o que traduziu), pode consultar diversos materiais, pesquisar, perguntar aos colegas, aos linguístico e até outros nativos (é necessário conhecer os costumes, as tradições e a cultura do povo de ambas as língua).

Imprescindivelmente um intérprete terá que falar as duas línguas simultaneamente quando trabalha, mas o tradutor traduz apenas para a sua língua materna ou de chegada.

Qual é o mais exigente?

Na minha opinião a exigência tem tudo a ver com a preferência individual.

Um tradutor normalmente trabalha sozinho. Mesmo trabalhando com grandes projectos, quando traduz a parte que lhe couber a necessidade de comunicar com outros é menos. Por isso, para quem não gosta de trabalhar sozinho, possivelmente será um desafio.

A interpretação pode decorrer presencialmente, por telefone, numa cabine fechada, uma sala de reunião, etc. mas exige sempre o contacto com os outros e falar muito. Por isso, mesmo mantendo sempre imparcial é preciso saber lidar com as pessoas e para quem não gosta de lidar com as pessoas no dia-a-dia pode ser um desafio.

Mesmo dentro de cada uma dessas profissões pode haver algo que um intérprete ou tradutor não goste. Eu conheço tradutores que não gostam de traduzir textos técnicos e outros que não aceitam o trabalho se não for na área técnica que dominam. Há intérpretes que não gostam de interpretar em certos sítios, como por exemplo, polícias, tribunais, certos temas ou ainda em certas situações como por exemplo, em reuniões.

 

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